domingo, 26 de junho de 2011

Patrícia Galvão (Pagú) '



Natureza Morta'

Os livros são dorsos de estantes distantes quebradas.
Estou dependurada na parede feita um quadro.
Ninguém me segurou pelos cabelos.
Puseram um prego em meu coração para que eu não me mova
Espetaram, hein? a ave na parede
Mas conservaram os meus olhos
É verdade que eles estão parados.
Como os meus dedos, na mesma frase.
Espicharam-se em coágulos azuis.
Que monótono o mar!
Os meus pés não dão mais um passo.
O meu sangue chorando
As crianças gritando,
Os homens morrendo
O tempo andando
As luzes fulgindo,
As casas subindo,
O dinheiro circulando,
O dinheiro caindo.
Os namorados passando, passeando,
O lixo aumentando,
Que monótono o mar!
Procurei acender de novo o cigarro.
Por que o poeta não morre?
Por que o coração engorda?
Por que as crianças crescem?
Por que este mar idiota não cobre o telhado das casas?
Por que existem telhados e avenidas?
Por que se escrevem cartas e existe o jornal?
Que monótono o mar!
Estou espichada na tela como um monte de frutas apodrecendo.
Si eu ainda tivesse unhas
Enterraria os meus dedos nesse espaço branco
Vertem os meus olhos uma fumaça salgada
Este mar, este mar não escorre por minhas faces.
Estou com tanto frio, e não tenho ninguém ...
Nem a presença dos corvos.

sábado, 25 de junho de 2011

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E sempre que o vejo me olha tão fundo que parece estar querendo engolir os meus pensamentos, e eu acho isso um tanto engraçado.. porque ele parece tão insano, e eu realmente atraio essas pessoas, já que não pareço ser um exemplo de normalidade, mais ele ultrapassa qualquer senso de estado normativo, ele realmente vive fora de órbita, e isso me é tão atraente.. este é o meu estágio final pretendido pra algum momento próximo da vida, porque as minhas preocupações me perseguem e eu fujo delas incessantemente, e a vida parece mais doce quando se vive com a mente fora dela, este estado de plena calmaria é o meu objetivo maior, porque quando as coisas que realmente importam são simples, e não necssita-se muito para obte-las as atitudes se tornaram sábias e a felicidade existe.

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