sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Um Eterno Ócio '

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Como em um sonho numa noite fria de outono.

O comum é infeliz. E você percebeu isso após fazer uma análise da vida , e de tudo que para ela soa como normal. Você caminhava enquanto pensava nisso, anoite estava fria e era outono.
As coisas parecem incompletas porque carregam a necessidade de estarem dentro de um determinado padrão, e tudo parece sempre estar faltando um pedaço nos ideais que se tem em uma vida comum.
No sonho não falta nada, porque se está de olho aberto e fora de órbita , fora do ideal comum, e você perde todas as noções que sempre foi obrigado a acreditar do real e do ideal. Não se sabe exatamente onde se está apenas que não há nenhum dever a cumprir, que há liberdade de todas as maneiras imagináveis.Porque deitado ali sonhando não há nada além de você e sua mente, ela é o seu suporte, com ela você pode tudo, e não há nada maior do que isso.
E de repente que vontade de tornar tudo um eterno ócio.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

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Na verdade eu nem me importo mais..
Se achar vulgar e isso for pejorativo, eu não dou a mínima, porque opinião alheia de pouco vale e pode ser destrutiva.
Se achar insano, eu vou sorrir porque ser sóbria se tornou tão usual, e não possui atrativo nenhum mais pra mim.
Se disser que é inútil eu irei retrucar apenas para não passar batido, e dizer que o útil atual de nada me satisfaz.
Se acusar a minha parvoíce, vou escrever um tratado 'do direito a ser parvo'.
Eu vou querer sempre tudo o que parece vulgar, insano, inútil aos olhos de quem me observa, porque o que faz verdadeiramente sentido pra mim é alienado de qualquer interpretação alheia.


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terça-feira, 23 de agosto de 2011

Arthur Rimbaud'

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Farto de ver. A visão que se reecontra em toda parte.
Farto de ter. O ruído das cidades, à noite, e ao sol, e sempre.
Farto de saber. As paradas da vida. - Ó Ruídos e Visões!
Partir para afetos e rumores novos.


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sábado, 20 de agosto de 2011

cinema'

Acossado - Godard.




Esse é um dos meus prediletos, é um filme francês do tipo drama policial, dirigido pelo Godard, em 1959.


(Critica do filme )
- "Qualquer coisa vai" é o espírito por trás de Acossado, o retrato de Godard de dois personagens perdidos no labirinto do existencialismo de ruptura, como um raio em um mundo à margem de uma transformação social. O diretor tornou-se um "deus" entre a juventude e o filme é a grande conquista cinematográfica da Nouvelle Vague.Primeiro longa de Godard, Acossado é um espirituoso e romântico filme de perseguição com Jean-Paul Belmondo como um criminoso parisiense, e Joan Seberg como uma garota americana que, ocasionalmente, vive com ele. Godard, que dedicou esse filme de 90 mil dólares a Monogram Pictures, viu algo nos baratos filmes de gângster americanos que faltava aos filmes franceses; ele poetizou e o fez tão moderno (com rápidos cortes), que tornou-o uma das maiores influências para os filmes americanos dos anos 60. Aqui, ele trouxe elementos desarmoniosos - ironia, palhaçada e derrota - e buscou elementos psicológicos de diversos filmes para o seu próprio produto. O filme é leve, brincalhão e com toques de improvisação, até mesmo um pouco bobo. Os personagens, que são atordoados e desajeitados e não estão nem aí para nada, não são apenas familiares de uma maneira reveladora e excitante, eles são também terrivelmente atraentes.' -

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O menos real '

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De tudo que mais quero se concentra uma certa parte em voce
De tudo que penso discorre algo que sempre me faz lembrar voce
De noite eu procuro a lua, ela brilha tal qual seus olhos quando sorri,
E de tudo que parece o menos real possível, voluptuoso e inconsciente..
voce sempre está lá, voce permanece lá.. eu posso sentir isso, talves não
em excesso como gostaria, mas eu sonho com isso e talvez sonhar seja
realmente o suficiente, e o que torna tudo tão sinuosamente perfeito.
Sonhar é perfeito. Porque tudo que permanece a maior parte do tempo fora do
real tem a possibilidade de chegar o mais perto possível da perfeição, e
por vezes até mesmo alcançá- la.



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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Hours'

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essa rotina desordenada, aparentemente organizada, estou fazendo tudo de uma forma inconciente, e tudo virou um costume, uma rotina organizada de forma metódica. e isso taves seja o mais terrível de tentar organizar as coisas.. tudo fica tão tedioso quando tem um horário certo.. mais sem os horários eu me sinto perdida. Haverá uma forma de viver sem a intromissão do relógio? Sem estar o tempo todo contando as horas, a que horas isso acaba, a que horas aquilo começa.. Os antigos viviam assim, se orientavam pelo sol. Eu queria viver sem essa imposição de horas, fazer tudo ao meu modo, no tempo que me agrada sem estar diariamente regida por um relógio. Isso talvez seria um ínicio de uma pequena liberdade do mundo civilizado onde as pessoas são contraladas de forma tão inconciente, por essa maquininha que gira e não pára.

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domingo, 14 de agosto de 2011

Vinícios de Morais'

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O tempo nos parques

O tempo nos parques é íntimo, inadiável, imparticipante, imarcescível.
Medita nas altas frondes, na última palma da palmeira
Na grande pedra intacta, o tempo nos parques.
O tempo nos parques cisma no olhar cego dos lagos
Dorme nas furnas, isola-se nos quiosques
Oculta-se no torso muscular dos fícus, o tempo nos parques.
O tempo nos parques gera o silêncio do piar dos pássaros
Do passar dos passos, da cor que se move ao longe.
É alto, antigo, presciente o tempo nos parques
É incorruptível; o prenúncio de uma aragem
A agonia de uma folha, o abrir-se de uma flor
Deixam um frêmito no espaço do tempo nos parques.
O tempo nos parques envolve de redomas invisíveis
Os que se amam; eterniza os anseios, petrifica
Os gestos, anestesia os sonhos, o tempo nos parques.
Nos homens dormentes, nas pontes que fogem, na franja
Dos chorões, na cúpula azul o tempo perdura
Nos parques; e a pequenina cutia surpreende
A imobilidade anterior desse tempo no mundo
Porque imóvel, elementar, autêntico, profundo
É o tempo nos parques.