sábado, 13 de outubro de 2012

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E mais uma vez o tempo é tomado de mim. Eu queria contar flores, mas o que faço se restringe a limitada ação de ser movida pelas horas, que são curtas em duração e possuem o mérito de me deixar desorientada. Então vou tentar me conter, ficar parada e esperar que tudo desmorone por cima da minha cabeça. Acho que enfim vou ficar aqui, adimirando o quanto isso passa rápido, o quanto é desnecessário manter- se preocupada, porque se eu ficar aqui, ou sair fazendo um monte de coisas, qual será de fato a diferença? Não há tempo de fazer poesia, nem tão pouco música. Não posso desejar nada com essa hora curta de mais, tenho que fazer o necessário, o que se tem vontade passa a inexistir. Para que desejos se não há tempo de os saciar? E por favor, que algo me liberte logo do relógio. Sim, do relógio. Ele me tortura, tenta me persuadir a viver sob suas ordenações. Estarei eu submetida por toda a vida? Algo, ou tudo, diz sim, num tom suave, querendo me sufocar.

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